06 março, 2021


 Fiz essa foto quando chegamos à praia hoje, minutos antes de soltar Maya, horas antes de passar por um dos piores momentos da minha vida.

   Frequentamos uma praia imensa e vazia, justamente por ela ser assim. Parecia que seria mais uma manhã maravilhosa, quando percebi que Haroldo tinha caído em um redemoinho no mar. No início comecei a gritar seu nome e pedir pra ele voltar. Em seguida corri pra areia para colocar meus óculos - quase 7 de miopia.

   E então eu vi a cena desesperadora, ele nadava, nadava, e não saía um milímetro do lugar. Gente, eu gritava: Não nade! Tente vir com a onda! Mar aberto, maré enchendo, rebentação, ele não me escutava. Em algum momento ele fez sinal com a mão e gritou: Peça ajuda!

   Praia imensa e vazia! A maré está enchendo, vai devolver ele, foi um dos meus pensamentos, que foram tantos e tão rápidos, estava focada em encontrar ajuda, quando na praia imensa e vazia vejo caminhando um rapaz. Fui correndo até ele e apelei.

   Pessoa certa, na hora certa, o cara era a calma em pessoa, centrado, perspicaz, trouxe calma, e Haroldo, que já estava começando a encontrar o caminho de saída, conseguiu sair do redemoinho.

   Que alívio indescritível. Quando eu vi o peito de Haroldo, a água chegando em sua cintura, pude dar uma desmoronada, tremi.

   Não perguntamos o nome desse Buda Nagô, mas agradecemos imensamente.

Laroyê Exu

Axé Babá

Epa omi oooo

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