Mar-Horto
Esta não é a água
cristalina de beber
nem abençoada de benzer
É a água de cem mortos
pedaços de corpos
boiando na luz da manhã.
À noite,
ondas vermelhas
tropeçam
em mãos, pés, braços, orelhas...
no recuo da praia.
Angústia
do morto, do torto:
o arcabouço apodrecido dos sonhos.
Angústia maior:
a de ter olhos de ver.
Cláudia Cordeiro
11 comentários:
Estou encantada com o último livro que li: a poética do espaço de Gaston Bachelard, copio algo como comentário.
"mesmo que seja triste ou pesada, assim que é expressa,poeticamene expressa, a tristeza se modera, o peso se alivia. Por ser o espaço poético expresso,adquire valores de expansão."
Obrigado pelo poema deixado como comentário, o que só enriquece meu humilde texto.
Parabéns pela escolha de hoje, um belo poema.
gosto dessa sua iniciativa de divulgar no seu blog as suas leituras. os seus poetas vivos. Parabens.
ahh, e tomara que a minha gatinha volte mesmo.
bjs
Voce sempre me apresenta poetas!! Adoro isso!!!
Martha, que bonito! Não conhecia. Acho que preciso atualizar minhas leituras.
Um beijo grande
Martha, esquecí de dizer, linkei o Plataforma da Poesia no Rodadas Literárias, tá?
Outro beijo
Sabe o que me deixa tranquila? É quando vc lê o que escrevo. Nesse momento tenho certeza de que fui entendida. E isso diminui minha solidão, vc nem imagina o quanto.
Obrigada.
teu poema me fez ri de mim e dos mares mortos que carrego sempre comigo
Triste, porém bonito :O)
beijos, florzinha
MM
Que bonito moça....obrigada por me apresentar....por mais que doa, ter olhos de ver é o único caminho não???poesia doída , doida e dona da gente....sempre
tudo de bom...
Carol Montone
que bom que você, dona maria, me fez uma visitinha. Agora eu lhe descobri aqui. E esta esquininha já tá anotada no meu caderninho pra quando eu sair pra passear. Eba! eu adora passear quando não estou viajando.
bjs
da cabidela, que tem sim, muito molho!
Ah! quem me dera tb dona maria ficar daquele jeito, só boiando feliz.
Postar um comentário