Eu sou inverno, primavera, verão e outono. Sou a tristeza do fim de tarde, a alegria do meio dia e a esperança do amanhecer. Sou Cássia Eller, Adélia Prado e muitas vezes Cecília e Doris. E por puro medo eu não digo: eu sou Clarice. Sou Beatriz, Iray e Marília. Sou todo o mar do Guaibim, sou meu pai na rede e os passarinhos. Sou Maurício e sou Antônio. Sou pinha, tangerina, caju e seriguela. Acarajé, vatapá e camarão. Sou Ubaíra, os primos e os recantos secretos, as frutas, os bichos, a terra, os jornais, meu avô. Sou andar de bicicleta, em bando, no Parque de Pituaçu. Sou banho de chuveiro, banheira, piscina, rio, lagoa, mar, cachoeira. Sou água. Sou flor. Sou espinho, sou ardência. Sou medo de assombração. Sou sala de aula, burburinho e mil sentimentos. Sou as crianças se perguntando: por quê? Sou conversa com os amigos, sou dançar com eles. Sou dança. E música bem alta. Sou café bem feito. Sou viagem à noite, de carro, a estrada cortando escuridão e silêncio. Sou a emoção nos olhos do meu amado. Sou beijo e abraço, sono enroscado, sou brigadeiro e sessão da tarde e sou adeus,
M.
14 comentários:
Que texto lindo! :-)
Realmente, muito lindo!
Ah, sou seriguela também...beijos
Estou sem ar. Lindo, lindíííííssimo!
Você também é puro encantamento.
bjs
Bela síntese, sem afetação alguma; desde logo, foi a poeta quem escreveu. Muito bacana.
És Martha Galrão. Isso diz tudo!
Lindo!
Graaaaaande! Belíssima enumeração. Sou ... seu fã!
Que beleza ser você!
Sensibilidade pura, baiana. Um quindim.
muito muito muito bom!
E você também é o nosso encanto de te ler.
Lindo e comovente!
beijos
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