10 abril, 2009

Foto:Diane Arbus

o medo destrói as sinapses, carcome os neurônios,
o medo crava suas unhas, finca suas garras,
o medo consome.

o medo paralisa, 

o medo é palavra petrificada,
o medo cria morada, o medo se instala.

o medo tira o fôlego, faz duvidar, 

o medo emudece, dá dor de cabeça, 
vômito e febre, o medo faz delirar.

o medo é ácido, cansa, 

congela o sangue nas veias,
devora do centro pra periferia, 
o medo é pura agonia.

o medo é sádico,
tira pedaços, 
range os dentes, arrasta correntes, 
o medo tritura.

o medo desatina, faz desviar do caminho,
o medo não deixa esquecer, 
te acompanha desde menino,
o medo ri e em sua cara cospe.

M.

8 comentários:

Georgio Rios disse...

Respirei versos de Augusto dos Anjos, uma força e uma composição tudo neste mesmo poema.Me deu medo, mais inundou minha manhã de lírica.

Unknown disse...

Martha, um dia desses lerei este poema no Grupo Bem Viver. Sempre se trabalha o medo por lá...

Unknown disse...

eu de novo...
qual é o seu dia na bienal?
já deixei bilhetes para Renata e Kátia, estou arrasada, creio não poderei ir até lá por conta do espaço amplo, das longas caminhadas. Anuncie, faça um post do seu dia, de sua ida (com antecedência)
Beijo de maria

Nilson disse...

Belo poema-purgação! E qual é mesmo o seu dia na Bienal?

Mars disse...

Quem é essa da foto?
Amei o poema principalmente a parte carcome.
Adoro essa palavra.

aeronauta disse...

Gostei demais do poema, Marta. Feliz Páscoa para você e sua família!

Líris disse...

o medo te come com dentes de ponta, o medo tira você do chão e te pendura de ponta cabeça num abismo, presa ao fio de um cabelo quebradiço por escova com formol, o medo é uma mizéra.

Anônimo disse...

P.S.- O medo sobrevive e faz sobreviver, assim sou medo eu,
assim é medo você.

love vc.

daiane, pessoa.

A Chuva de Maria

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Muadiê Maria

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