o medo destrói as sinapses, carcome os neurônios,
o medo crava suas unhas, finca suas garras,
o medo consome.
o medo paralisa,
o medo é palavra petrificada,
o medo cria morada, o medo se instala.
o medo tira o fôlego, faz duvidar,
o medo emudece, dá dor de cabeça,
vômito e febre, o medo faz delirar.
o medo é ácido, cansa,
congela o sangue nas veias,
devora do centro pra periferia,
o medo é pura agonia.
o medo é pura agonia.
o medo é sádico, tira pedaços,
range os dentes, arrasta correntes,
o medo tritura.
o medo desatina, faz desviar do caminho,
o medo não deixa esquecer,
te acompanha desde menino,
te acompanha desde menino,
o medo ri e em sua cara cospe.
M.
8 comentários:
Respirei versos de Augusto dos Anjos, uma força e uma composição tudo neste mesmo poema.Me deu medo, mais inundou minha manhã de lírica.
Martha, um dia desses lerei este poema no Grupo Bem Viver. Sempre se trabalha o medo por lá...
eu de novo...
qual é o seu dia na bienal?
já deixei bilhetes para Renata e Kátia, estou arrasada, creio não poderei ir até lá por conta do espaço amplo, das longas caminhadas. Anuncie, faça um post do seu dia, de sua ida (com antecedência)
Beijo de maria
Belo poema-purgação! E qual é mesmo o seu dia na Bienal?
Quem é essa da foto?
Amei o poema principalmente a parte carcome.
Adoro essa palavra.
Gostei demais do poema, Marta. Feliz Páscoa para você e sua família!
o medo te come com dentes de ponta, o medo tira você do chão e te pendura de ponta cabeça num abismo, presa ao fio de um cabelo quebradiço por escova com formol, o medo é uma mizéra.
P.S.- O medo sobrevive e faz sobreviver, assim sou medo eu,
assim é medo você.
love vc.
daiane, pessoa.
Postar um comentário