Um cartão de visitas
Moro tão longe, que as serpentes
morrem no meio do caminho.
Moro bem longe: quem me alcança
para sempre me alcançará.
Não há estradas coletivas
com seus vetores, suas setas
indicando o lugar perdido
onde meu sonho se instalou.
Há tão somente o mesmo túnel
de brasas que antes percorri,
e que à medida que avançava
foi-se fechando atrás de mim.
É preciso ser companheiro
do Tempo e mergulhar na Terra,
e segurar a minha mão
e não ter medo de perder.
Nada será fácil: as escadas
não serão o fim da viagem:
mas darão o duro direito
de, subindo-as, permanecermos.
Alberto da Cunha Melo
Este lindo poeta pernambucano ganhou o prêmio Academia Brasileira de Letras de poesia 2007 com o livro O Cão de Olhos Amarelos.
Ele merece.
Leia aqui mais poesias de Alberto .
8 comentários:
Que lindo... merece, mesmo. Vou visitar o site dele.
Um beijo!
mas os seus textos são lindos... treme não! ou melhor, pode tremer, mas não deixa de ler (e muito menos de escrever)
que coisa mais linda, Martha querida!
Vou correndo ler mais dele!
Você e sua dicas sempre incríveis!
beijos beijos
Bela
Ele merece meeeeeeesmo, adoro ele!!!
Tive a sorte de entrevistá-lo ano passado, para o programa que produzo :o)
beijos e parabéns, flor, por indicá-lo
Bom fim de semana
MM
Putz!!! Alberto... Você conhece Yakala? O poema épico dele? E os tais octassílabos são uma métrica transgressora. Fantástico!
Oi Martha!
Que bom que você gostou!
Eu gosto mais do sarau no verão. Me inquieta o amontoado quando é ali dentro da casa. Fico querendo a beleza do quintal, a luz da noite, tão mais bonita, diferente daquela luz de lâmpada fria, mas fazer o quê?
Só que bem na hora que saí para ver os bebês de Lica e Andréa, vc leu suas poesias, fiquei com pena. Vi apenas a que fez para Bia, muito linda!
Tomara que vc vá a outros.
Um bj
Bateu legal...
Alberto é unanimidade e motivo de orgulho por ele ser daqui mesmo. Nordestino como nós.
Parabéns pela escolha, Martha.
Beijo,
Conceição.
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