04 maio, 2007

Se desse, esquecia
consumia, apagava
a palavra.

Palavra dita

é maldita
ou é sempre bendita

a palavra?

Em que limbo aguarda

o chamado
com que presteza

vem socorrer?

Se voa mal aventurada
dizem que o vento a leva...
mas se água só não lava língua
o que pode fazer quem viveu a desdita
com seu peso, tamanho e sofrer?


Martha

12 comentários:

Anônimo disse...

Um dos poemas mais perfeitos que já li. Tratar da palavra não é fácil!
Um beijo afetuoso, Poeta.

Anônimo disse...

Depois de dizer está dito

De tudo o que aprendi
Ficou uma importância:
A palavra é que faz a hora.
Mudam as estações, muda o mundo
Muda a vida.
A palavra dita permanece.
Com o tempo, amarelece na lembrança
Chega a ficar quase branca.
Ainda assim é nódoa.

Sílvia Câmara

Anônimo disse...

Palavra que machuca, mesmo quando ausente...

inominável disse...

"são como um punhal
as palavras" (Eugénio de Andrade)

... e eu já fui tantas vezes ferida... eu já feri e matei tantas vezes... e passei a acreditar na ressurreição!

MARIAESCREVINHADORA disse...

Palavras, palavras...
Quantas deveriam não ser ditas!
Adorei, Martha.
Grande abraço,

Conceição.

Anônimo disse...

Como sempre, muito bem dito, Martha!

Palavra dita é palavra posta - seja ela boa ou má!

Beijos!

LIRIS LETIERES disse...

E eu faço é silêncio, diante destas palavras...

.....

Liris ...... Letieres

ddd disse...

no início era o que mesmo heim????
o verbo.
Só tinha ela, a poderosa palavra. Antes mesmo da luz!
Sim, temos que ter muito respeito por ela!

Anônimo disse...

Forte e sensível poema, querida Martha, como você.
Gosto de palavras ditas, as verdadeiras; as que falam por amar o outro, no sentido mais amplo do Amor.
Tenha um lindo domingo,
Verônica

Anônimo disse...

Menina, vc é demaisssssssss
belíssimo poema sobre a palavra. Não tenho uma que me socorra e diga o que eu penso agora.
Bjão
e digo de novo,
muito prazer em te conhecer
:)
Laura

Anônimo disse...

Terrível se arrepender de palavras [mal]ditas...

Unknown disse...

A Palavra é isca poderosa. Tenho medo das palavras.Também me deito com elas.

A Chuva de Maria

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