Ecos do Realismo
Lágrimas
Ela chorava muito e muito, aos cantos,
Frenética, com gestos desabridos;
Nos cabelos, em ânsias desprendidos,
Brilhavam como pérolas os prantos.
Ele, o amante, sereno como os santos,
Deitado no sofá, pés aquecidos,
Ao sentir-lhe os soluços consumidos,
Sorria-se cantando alegres cantos.
E dizia-lhe então, de olhos enxutos;
- "Tu pareces nascida de rajada,
"Tens despeitos raivosos, resolutos;
"Chora, chora, mulher arrenegada;
"Lacrimosa por esses aquedutos...
"Quero um banho tomar de água salgada".
Cesário Verde
Um comentário:
Feliz 2012!!!!! desejo tudo de bom para vc. bj
Postar um comentário