02 janeiro, 2012

Ecos do Realismo
Lágrimas

Ela chorava muito e muito, aos cantos,
Frenética, com gestos desabridos;
Nos cabelos, em ânsias desprendidos,
Brilhavam como pérolas os prantos.

Ele, o amante, sereno como os santos,
Deitado no sofá, pés aquecidos,
Ao sentir-lhe os soluços consumidos,
Sorria-se cantando alegres cantos.

E dizia-lhe então, de olhos enxutos;
- "Tu pareces nascida de rajada,
"Tens despeitos raivosos, resolutos;

"Chora, chora, mulher arrenegada;
"Lacrimosa por esses aquedutos...
"Quero um banho tomar de água salgada".

Cesário Verde

Um comentário:

Edu O. disse...

Feliz 2012!!!!! desejo tudo de bom para vc. bj

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