Exausta porque ao meio-dia
emana todo o calor dos trópicos.
O desamparo é grande
indelicadamente eu piso
sobre a minha sombra.
O suor escorrecomo um filete de sangue
pelas minhas costas.
O sangue é pálido ao meio-dia
o calor enfraquece as hemácias.
Os demônios vaporizados
entram pela moleira
que imperceptível se abre
no topo da minha cabeça
no ponto onde o Sol
lança chama e brasa.
Deixe eu morrer
só um pouco
à míngua, aorta seca,
em minha casa.
Martha
10 comentários:
Que poema vivo, cheio de pulsação!
Senti o mesmo filete correndo pelas minhas costas! bjuuuuu
Nossa... que maneira linda de dizer que esta calor pra cacete!!! rs
Adoro a poesia! rs
Ah, já estava com as hemácias esmaecendo de saudade da tua poesia.
Bj amiga
dói como a caatinga este poema... delicado e espinhoso ao mesmo tempo.
lindo demais!
beijos
Que forte!!
Como você é criativa, Martha! Um dia de calor rendendo um poema maravilhoso!
Martha, você é demais. Estou esperando seu livro ansiosa. Bjs.
"O suor escorre / como um filete de sangue / pelas minhas costas." Que imagem! Nunca mais o meu suor será o mesmo. Parabéns pela tua poesia, Martha. Bjs
"indelicadamente eu piso
sobre a minha sombra."
Que imagem forte de delicadeza!
bjo
Enjolras, um terno amigo, me sugeriu a leitura de seus poemas. De cara, li esse, e gostei muito. Gostaria de saber se vc tem algum livro publicado e se mora em Salvador. Abç.
Henrique Wagner
henriquepwagner@hotmail.com
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