02 dezembro, 2010


Nem tudo tem nome.
As palavras se picaram. Fugiram desembestadas, subiram a pirambeira, desceram ladeira abaixo. Ficaram cansadas.
Fiquei olhando, impotente, elas se esconderem na mata, quase consigo pegar pelo rabo uma palavra que se enterrava na areia.
Não consegui nada. Mais triste me deixaram as que se afogaram, nadaram, nadaram e morreram na praia.
As palavras me abandonaram.

M.

7 comentários:

Fabi´s disse...

Adorei!

Bípede Falante disse...

M.
Nem tudo tem nome mesmo. Grande conclusão e um grande alívio :)
beijos

Márcia disse...

Pelo visto, não...

Anônimo disse...

Chame pelo kimbundu e palavras belas virão, como o seu muadiê, como avilo, pois toda palavra é transformada pela sua poesia. Use o H, esse charmoso H entranhado em seu nome, prenúncio de um grande amor, seu companheiro de jornadas, H.
um beijo do seu amigo de Americana-SP.

Nilson disse...

E aí elas voltaram e se reuniram nesse seu texto belíssimo!!!

Bernardo Guimarães disse...

mais um texto que leio, leio e penso: eu poderia tê-lo escrito, mas nunca soube como!...

Edu O. disse...

e se juntaram pra fazer uma lindeza dessa!

A Chuva de Maria

A Chuva de Maria

Muadiê Maria

Muadiê Maria