A Coisa chegou e eu quase fingi que não vi.
Como sempre, chegou gelada, confundindo-me. Não sei se vem de fora, não sei se vem de dentro. O fato é que a Coisa se instala em meu centro. A Coisa me dá náusea. A Coisa me deixa muito solitária.
Refestela-se em meu estômago. Depois , meio preguiçosa, estica seus tentáculos, suas membranas frias, apavorantes, e aperta meu coração até doer, bloqueia a minha garganta, me asfixia, me tortura, me faz suar. Frio. A Coisa diverte-se em meu estômago até eu vomitar.
E não satisfeita, a Coisa puxa meus cabelos, a Coisa me joga na cama e me amarra.
Quer que eu morra , quer que eu pare.
Martha
4 comentários:
É o eixo da terra mudando, só pode. Força, amiga, não se isole. (olha quem tá aconselhando, uma fraude).
Bj
Orando por ti.
Martha, custei a conseguir o diário da Frida. Mas consegui. Está aqui em cima da minha mesa, que sou louca por ela. Tenho anel, boneca, papel de carta, as cartas, tudo o que encontro sobre ela ou com os retratos dela!
Que incrível, Martha, fiz um poema hoje falando da "coisa". Nem conclui ainda. Mas começa assim:
pensei que a vida fosse uma
coisa
e a vida era outra
coisa
errei
me equivoquei
e agora posso ver onde foi
que
(nenhuma chance)
bem que o poeta me avisou
é por ai... beijo, bom fim de semana.
Sei que a coisa é séria (desculpe o trocadilho nessa circunstância). Mas o fato é que o texto é primoroso. Muito forte mesmo. Não pare!
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