21 agosto, 2010
Imperdível
FERROVIA
Ele vestia uma camisa de listras.
E passou o nariz nas minhas costas.
Eu no seu colo, como se fosse filha.
Nua, meu vestido me despia.
E as mãos dele na minha cintura cindiam
As veias entorpecidas naquele dia.
Era dura a sua calça, de um jeans antigo
E acolhia minhas nádegas como trilhos
De uma ferrovia – áspera e descalça.
Era farta a sua promessa, entrega ávida
Nos dedos que invadiam meus cabelos,
Apagando e escrevendo poemas velhos.
Era mesmo de graça o momento eterno
Que eu registrava com meu corpo no seu colo,
Asfixiando a morte, os demônios, o mundo todo.
Ângela Vilma
*
HERANÇA
há uma mangueira em minha vida
não tive barbies, bicicletas
ou festas de aniversário
só uma velha e frondosa mangueira
a mangueira me deu tudo
e eu nunca soube ser muito infeliz
Mônica Menezes
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6 comentários:
Oi, Martha, obrigada pela divulgação do livro!! Bjos.
Muito, obrigada, Marta, por nos divulgar. Bjs.
Muito bons, os dois poemas.
Parabéns às duas poetas!
E obrigada pela divulgação, Martha
Beijos
E eu vou perder :(
M: vamos parar e trocar figurinhas lá no lançamento, nada de correrias como foi no de Janaína, tá?
eu vou perder...
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