O vento nas folhas
quer me consolar
Fingir que o Guaibim
mudou de lugar.
Na rede eu escuto
as acácias e helicônias
brincando de ser coqueiros
os passarinhos
trazem notícias de meu pai
Beija-flor e Caga-sebo
preferem as graxas rosas
a Pintagol Fubá
cantarola na varanda
um Garrincha, seu amigo,
assobia só pra ela.
Os Assanhaços
na goiabeira e
as Rolinhas também.
Briga entre os Beija-flores.
A chuva de exuberância
dos Bem-te-vis
sorte é ver
da janela do meu quarto
um bando de Bico de Lacre.
O céu daqui é pequeno
o final
a vista alcança
a festa dos passarinhos
é cascata, é refrigério
pra aumentar o céu
e trazer
meu pai pra mim.
Martha
Bem-te-vi - Foto: Flavio Cruvinel Brandão
Rolinhas - Foto: Viveiro Jaime Dias
Bico de Lacre - Foto: Dragoms
Assanhaço - Foto: Ori Costa
Garrincha - Foto: Celi Aurora
6 comentários:
O pássaro representa tudo que nao conseguirei nesta existencia: a liberdade!
Beleza pura!
Poema lindo, limpido e que me fez aprender os passarinhos do Brasil.
Obrigado.
O seu amor de filha é lindo. E a menina além de poetisa é ornitóloga é?
Sempre tive esta sensação pássara de estar com asas escondidas. Estes teus versos fazem elas coçarem no secreto onde se escondem...
ninguem, ninguem fala de saudade como você. ainda traduz a minha, como ninguem...
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