31 outubro, 2009


Canção do efêmero com passarinho e brisa

É tudo mesmo bem pouco,
pois só há pouco me vi
chegando aqui e encontrando
o que nunca compreendi
— tanto que, perplexo, tanto
duvidei de estar aqui.
E nunca acreditaria
se não fosse um passarinho
afirmando: bem-te-vi!

Ainda escuto o seu trinado
garantindo-me o existir.
Mas precária garantia,
como aprendi com a brisa
de que se compõe o dia:
se o tempo passar um pouco,
nada mais que um pouco, logo
não estarei mais aqui.

Ruy Espinheira Filho

8 comentários:

olhar de lambe-lambe disse...

oi Martha, vim te convidar a conhecer o lambe-lambe, se curtir fotografia :)
beijo
Mê.

Gerana Damulakis disse...

Poemas de Ruy: sem comentários. Ele é o poeta! Meu preferido entre preferidos: "Campo de Eros".

KImdaMagna disse...

...não só escreve como escolhe bem.

......carinho pr'a VC.

xaxuaxo

Edu O. disse...

Nos completamos pelo olhar do outro. Existimos assim. Bem-te-vi!!! Adorei!

Giselly Lima disse...

O título, por si, já dá onda.

Janaina Amado disse...

Poemas de Ruy Espinheira sempre me comovem. Sempre. Grande abraço!

Non je ne regrette rien: Ediney Santana disse...

poema que me deixou meio cinza nesta tarde triste

Edu O. disse...

Martha, o teatro ainda não confirmou o horário da exposição durante a temporada, assim q souber eu aviso. bjs

A Chuva de Maria

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Muadiê Maria

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