Entropia
De uma camada a outra,
trapezista sem trapézio,
viaja o afoito elétron
entre o improvável e o incerto.
E logo a seguir, um outro
e um outro e um outro
e um.
É sempre assim:
essa incessante energia,
esse desassossego doido,
essa esculhambação da matéria
na periferia das cidades
e das pessoas
e dos átomos.
Sidney Wanderley
3 comentários:
Sidney Wanderley é realmente um grande achado. Muito bonito o poema.
P.S.: Marta, gostei demais de ter conversado com você. Parecia que já nos conhecíamos há décadas. Um abraço.
Sidney é um poeta que presta atenção a cada palavra que usa. Da linhagem de um Cabral, seus poemas devem ser lidos e relidos; em cada leitura o peso recaí sobre certa palavra.
Sou sua fã desde o século passado.
Erro:onde está "recaí",é recai.
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