Belo belo minha bela
Tenho tudo que não quero
Não tenho nada que quero
Não quero óculos nem tosse
Nem obrigação de voto
Quero quero
Quero a solidão dos píncaros
A água da fonte escondida
A rosa que floresceu
Sobre a escarpa inaccessível
A luz da primeira estrela
Piscando no lusco-fusco
Quero quero
Quero dar a volta ao mundo
Só num navio de vela
Quero rever Pernambuco
Quero ver Bagdá e Cusco
Quero quero
Quero o moreno de Estela
Quero a brancura de Elisa
Quero a saliva de Bela
Quero as sardas de Adalgisa
Quero quero tanta coisa
Belo belo
Mas basta de lero-lero
Vida noves fora zero.
Manuel Bandeira
Petrópolis, fevereiro de 1947
4 comentários:
Quero também o belo, belo com muitas vidas ricas cheias de poesia, e fora a inércia e letargia.
Kandandu
Quero o belo
Acordar duma escuridão
neste Março
Mulher
Quero o belo!!!
Belo elo com o Bandeira, Marta, num " farta" nada, Marta, num " farta" nada, hehehe!
Beijocas,
Fred
eu amoooo esse poemaaa!
Não só por motivos egóicos...hahahaha
Num é lindezimo?!
beijos, flor
ps: desculpe não ter lhe ajudado no negócio da musiquinha. Tõ no olho do furacão. "E eu, não tô nada bem", como vc disse tão bem ali em cima!
+ beijoooos
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