Vivi uma experiência crível e extraordinária quarta-feira, fiz parte de uma trincheira. Uma barricada de mulheres, barrigada, sustento. Juntas, levamos horas à porta do centro cirúrgico. Em estado de espera, alertas, ouvimos o silêncio, histórias aflitas, risos, café ruim dividido em copos de plástico. Escoras. Alívio, um a um o amor de cada uma saía numa maca, filho, filha, irmão, marido.
A auxiliar de enfermagem trouxe para mim a boa notícia, acabou a cirurgia, está tudo bem. Agradeci a ela por me avisar. Sei como é angustiante essa espera, e somos irmãs de fé, ela respondeu. E mais disse, mas não quero contar. Oxossi. Quis abraçá-la mais hesitei, ela fez o movimento, fui ao seu encontro. Nos abraçamos com vontade, amparo. Chorei de amor.
Mais de meia noite beijei o rosto da jovem bonita que ainda esperava, eu iria para o quarto com o meu amor. Pela manhã, voltando para casa, encontrei duas das mulheres do abrigo, a alegria e o amor já haviam dominado, dei beijos e abraços.
M.
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