28 janeiro, 2024

Vivi uma experiência crível e extraordinária quarta-feira, fiz parte de uma trincheira. Uma barricada de mulheres, barrigada, sustento. Juntas, levamos horas  à porta do centro cirúrgico. Em estado  de espera,  alertas, ouvimos  o silêncio, histórias aflitas, risos, café  ruim  dividido em copos de plástico.  Escoras. Alívio, um a  um o amor  de cada  uma  saía numa  maca,  filho,  filha, irmão, marido.

A   auxiliar  de     enfermagem    trouxe  para  mim   a   boa   notícia, acabou  a  cirurgia,  está   tudo bem. Agradeci a ela por  me avisar. Sei   como é   angustiante essa espera, e somos  irmãs  de   fé,  ela  respondeu. E mais disse, mas  não  quero  contar.  Oxossi.  Quis abraçá-la   mais  hesitei, ela    fez  o  movimento, fui ao seu encontro. Nos  abraçamos  com  vontade, amparo. Chorei  de amor.

Mais de meia noite beijei o rosto da jovem bonita que ainda esperava, eu iria para o quarto com  o  meu  amor.  Pela   manhã,  voltando  para  casa,  encontrei  duas   das   mulheres  do abrigo,   a alegria e o amor já haviam dominado, dei beijos e abraços.


M.

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