21 fevereiro, 2018
Viu a angústia
serpenteando, camuflada,
mergulhando em um buraco
Condenada a jamais cerrar os olhos
escondeu-se numa caverna
para enxergar a escuridão
Transformou-se em monstro
por seu próprio desespero
Parente das aves, garras,
dentes desalinhados rasgam a sua presa
a carne inteira girando em sua boca
a pele arrancada do corpo
Uma artéria a mais garante
triturar o animal engolido
De vez em quando
extrai os olhos para descansar
Algum deus concedeu-lhe esse alívio.
Martha
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