19 março, 2015

A SOLIDÃO E SUA PORTA

Quando mais nada resistir que valha
a pena de viver e a dor de amar
e quando nada mais interessar,
(nem o torpor do sono que se espalha).

Quando, pelo desuso da navalha
a barba livremente caminhar
e até Deus em silêncio se afastar
deixando-te sozinho na batalha

a arquitetar na sombra a despedida
do mundo que te foi contraditório,
lembra-te que afinal te resta a vida

com tudo que é insolvente e provisório
e de que ainda tens uma saída:
entrar no acaso e amar o transitório.

Carlos Pena Filho

Um comentário:

Carlos Barbosa disse...

Esta semana, Carlos Machado deu destaque em seu poesia.net ao poeta pernambucano Pena Filho. Belíssimo poema, dos meus preferidos. Grande abraço, (carlos barbosa)

A Chuva de Maria

A Chuva de Maria

Muadiê Maria

Muadiê Maria