01 junho, 2013



Quarta-feira passamos por uma situação esdrúxula. No mínimo, esdrúxula.
Terça-feira, Beatriz fez uma cirurgia no joelho. Operação muito bem feita, acompanhamento nota 1000 do seu médico Danilo Badaró. Porém, ah, porém, ele deu alta para ela às duas da tarde de ontem e depois disso ela enjoou e vomitou muito pelo efeito da anestesia. Voltou do elevador quando estávamos indo embora.
Para a nossa grande surpresa, a enfermeira bonitinha, cheirosinha, arrumadinha e com as unhas perfeitas, dizia que não podia medicá-la, não podia pedir um lanche, não podia fazer nada porque ela tinha saído do sistema.
A mãe, que de médica tem pouco mas tem muito de doida, dizia, dá um dramin pra menina! Insisti e a lambisgoia interfonou para a médica da emergência que não subiu para ver Beatriz mas mandou um remédio contra enjoo. Remédio posto pra fora.
Daí a enfermeira cheirosinha, penteadinha, arrumadinha e com as unhas perfeitas, dizia entre sorrisos e educação, que não podia medicá-la, não podia colocá-la no soro, não podia nada e tudo iria demorar muito, teria que falar com seu médico Danilo para reinterná-la. Enquanto isso, Bia estava verde.
Nesse meio tempo, a moça da copa veio buscar a bandeja do almoço e vendo Bia passar mal perguntou logo: Quer um suco? Quer alguma coisa? Qualquer coisa, é só pedir. E saiu do quarto com sua beleza e sabedoria bem maiores que o sistema.
Nós, Beatriz, Lucas, seu namorado, Haroldo e eu dooooidos pra ir embora. E a enfermeira arrumadinha e cheirosinha,tão educadinha com seus cabelinhos penteados, dizia que não estava conseguindo falar com o médico. Eu lhe informei: Danilo está aqui no centro cirúrgico.
Respirando fundo, chamando por meus orixás (que ficaram comigo o tempo todo), peguei o celular e Haroldo ligou para Danilo e explicou a situação. Para a nossa sorte, ele atendeu o telefone, ainda não tinha começado a operar.
-Mas por que o plantonista não resolveu ?
Por que?
Por que?
Por que?
O coro perguntou em uníssono. Como é que pode uma pessoa ser internada num hospital, fazer um procedimento cirúrgico, receber alta, e imediatamente depois passar mal e ninguém poder fazer nada dentro do hospital porque ela saiu do sistema???????????????????????????????? Cadê o médico da emergência, plantonista ou sei lá o que???????????? ??????????????????????????????????????
Danilo, que havia visto Beatriz pouco tempo antes, disse para pouco-cérebro que se a família se sentisse confortável poderia ir embora. Se não, no final da cirurgia ele iria até o quarto. Gente, aí aconteceu uma cena engraçada, segundo Bia tipo "Miss Sunshine", a gente se picou daquele lugar de malucos sistematizados em menos de um segundo. Beatriz pegou o maior gás, sentada na cadeira de rodas, girava alucinada as rodas, parecia que ia passar pela porta fechada, Lucas dizia: Calma, Bia, deixa eu abrir a porta. Pegamos nossas bolsas, apetrechos e saímos correndo literalmente. Pouco-cérebro ficou nos olhando, não demos nem tempo dela falar.
Voltamos para casa suportando o engarrafamento da Luiz Eduardo, Bia vomitando em um saco, e nos acabando de rir cada vez que lembrávamos da cena.
Fiz compressas de água gelada na barriga dela, dei um dramin, demos muito dengo, nos munimos de muita lima e água de coco e a bichinha dormiu em paz.
Hoje está tudo bem, tudo ótimo, estamos aqui embolados feito gatos em balaio, nos curtindo.

Suzi, minha amiga/companheira/cúmplice, valeu a parceria, amigas ponderadas unidas jamais serão vencidas. Beijo.

Hospital Jorge Valente, agradecimentos especiais a Danilo Badaró, a moça da copa, a auxiliar de enfermagem Rosa Virgínia, a enfermeira Naira, ao alegre Rubem que a levou até o centro cirúrgico, e a maioria absoluta dos funcionários do hospital que são competentes e têm um astral muito bom, trazendo a leveza possível ao lugar.

M.

2 comentários:

Luciana Ramos disse...

Nós, mães, passamos por cada uma...

Luciana Ramos disse...

Nós, mães, passamos por cada uma...

A Chuva de Maria

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Muadiê Maria

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