26 junho, 2013


Pasifaé e o touro

Neste pasto sem fim,
Neste campo de flores,
Navego teu silêncio como um barco
E como um barco navegas
Meu silêncio.

Toda palavra entre nós
Carece de sentido.
Apenas nos olhamos 
Enquanto a pele estala
Como um fruto.

Sou delicada e cruel,
Tu és manso e assassino,
Mas não posso tocar-te
E não ouso perder-te.

Contemplar-se
E contemplar,
Este o nosso destino.

Inexorável, à nossa volta,
Constrói-se o labirinto.

Myriam Fraga

Nenhum comentário:

A Chuva de Maria

A Chuva de Maria

Muadiê Maria

Muadiê Maria