Pasifaé e o touro
Neste pasto sem fim,
Neste campo de flores,
Navego teu silêncio como um barco
E como um barco navegas
Meu silêncio.
Toda palavra entre nós
Carece de sentido.
Apenas nos olhamos
Enquanto a pele estala
Como um fruto.
Sou delicada e cruel,
Tu és manso e assassino,
Mas não posso tocar-te
E não ouso perder-te.
Contemplar-se
E contemplar,
Este o nosso destino.
Inexorável, à nossa volta,
Constrói-se o labirinto.
Myriam Fraga
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