13 junho, 2013


"Eu queria ser poeta
poeta não posso ser
poeta tem paciência
eu mando logo se fuder"

E o tempo vai passando e mais radical eu vou ficando.
Saindo de casa, eu, Haroldo e Beatriz com o joelho recém operado, a pessoa nos interpela dizendo: "Vou cortar essa árvore de vocês"
A árvore que ela chama de nossa e eu considero que é do planeta, foi plantada há cerca de 15 anos, em frente a nossa casa, pelo mesmo cara que nos vendeu o terreno.
É uma linda e alegre acácia, muito bem visitada: sensacionais micos, iguanas, bando de periquitos na maior algazarra, sem falar nos passarinhos, cigarras e tudo mais que eu não sei.
Haroldo, todo trabalhado na paciência, argumentava. Tentava dialogar.
Ô, gente, eu não aguento, não. Tentando encerrar a conversa eu disse logo assim: "Se você mandar cortar essa árvore, eu vou me amarrar nela e chamar toda a imprensa. Vou fazer um escândalo"
Eduardo interferiu: "Olha que Haroldo é jornalista!"
"Até Datena virá, apelei."
Mas a tentativa de diálogo durou uma hora de relógio. Santa paciência de Haroldo. Pelo menos, no final, a pessoa prometeu: "Nunca mais vou tocar nesse assunto."
Ainda bem, não tenho a menor disposição para escândalos.

M.

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