10 abril, 2013


A voz é como um rio

Na cabeceira desse rio
a terra firme cede 
sob meus pés.

A chuvarada traz
a voz do seu peito
Minha bacia aceita.

Porque chama com gosto
meu nome
oferto meu colo
Entre minhas curvas
suas lágrimas correm.

Nas entrelinhas
a sedição do seu silêncio.
O maior dos perigos
seu torrencial silêncio
conduzindo o arroio
dos meus fonemas.


Martha




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