12 dezembro, 2012



Em 1983, no interior da Bahia, minha madrasta Emília, que era viúva, casou-se com meu pai. De família religiosa, Emília sempre viveu a sua fé, participando dos rituais católicos e dedilhando seu teclado nas missas da matriz.
Para a sua surpresa e tristeza, após o casamento, foi proibida pelo padre de tocar nas missas e de participar de qualquer sacramento. Não mais comungar, não mais batizar, porque estava vivendo em situação de pecado com meu pai, que até então era divorciado. 
Emília ficou muito abalada. Não conseguia compreender o incompreensível.
Vinte e cinco anos depois, quando meu pai morreu, este mesmo padre teve a cara de pau de ir visitá-la e com a sua falta de sensibilidade característica lhe dizer:
-É isso aí, D. Emília, agora é partir pra outra.
Só esqueceu de falar: dessa vez não escolha um homem divorciado!


M.


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