Em 1983, no interior da Bahia, minha madrasta Emília, que
era viúva, casou-se com meu pai. De família religiosa, Emília sempre viveu a sua
fé, participando dos rituais católicos e dedilhando seu teclado nas missas da
matriz.
Para a sua surpresa e tristeza, após o casamento, foi
proibida pelo padre de tocar nas missas e de participar de qualquer sacramento.
Não mais comungar, não mais batizar, porque estava vivendo em situação de
pecado com meu pai, que até então era divorciado.
Emília ficou muito abalada. Não conseguia compreender o
incompreensível.
Vinte e cinco anos depois, quando meu pai morreu, este mesmo
padre teve a cara de pau de ir visitá-la e com a sua falta de sensibilidade
característica lhe dizer:
-É isso aí, D. Emília, agora é partir pra outra.
Só esqueceu de falar: dessa vez não escolha um homem
divorciado!
M.
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