SEGUINDO O OCASO
Tudo que é verde eu
sazono, ó videira.
Tudo que é verde eu
sazono, ó videira.
Se inconstante é a mulher,
bem, permaneço fiel
às marés, acedo
à estação e agora
é o tempo da ceifa.
Se o seu dom
é ser a firme
luz polar,
bem, eu persisto
no céu escuro
desapareço de dia
mas ainda brilho
no azul, ou acima,
de nuvens fofas.
Não existe gosto
mais doce, mais salgado
que alegrar-me em ser
o que, mulher,
e quem, eu mesma
sou, o vestígio
que resta quando o sol vem
e se espraia
num fio de encanto.
Se aturo agravos,
eu os relembro como
dotes, bens, um cesto
de pão que fere
os ombros, porém me entrosa
ao aroma. Posso
comer, seguindo.
Denise Levertov
bem, permaneço fiel
às marés, acedo
à estação e agora
é o tempo da ceifa.
Se o seu dom
é ser a firme
luz polar,
bem, eu persisto
no céu escuro
desapareço de dia
mas ainda brilho
no azul, ou acima,
de nuvens fofas.
Não existe gosto
mais doce, mais salgado
que alegrar-me em ser
o que, mulher,
e quem, eu mesma
sou, o vestígio
que resta quando o sol vem
e se espraia
num fio de encanto.
Se aturo agravos,
eu os relembro como
dotes, bens, um cesto
de pão que fere
os ombros, porém me entrosa
ao aroma. Posso
comer, seguindo.
Denise Levertov
Tradução de Jane Arduino Perticarati
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