17 março, 2011


O LUGAR DA CASA

Uma casa que fosse um areal
deserto; que nem casa fosse;
só um lugar
onde o lume foi aceso, e à sua roda
se sentou a alegria; e aqueceu
as mãos; e partiu porque tinha
um destino; coisa simples
e pouca, mas destino
crescer como árvore, resistir
ao vento, ao rigor da invernia,
e certa manhã sentir os passos
de abril
ou, quem sabe?, a floração
dos ramos, que pareciam
secos, e de novo estremecem
com o repentino canto da cotovia

Eugénio de Andrade

2 comentários:

Fanzine Episódio Cultural disse...

GOSTARIA DE DIVULGAR SEUS POEMAS, ARTIGOS, CONTOS, BIOGRAFIAS, ETC, NO MEU FANZINE EPISÓDIO CULTURAL (Edição impessa)?

Santana Filho disse...

Postei um poema seu (tão bonito)em meu blog. Tenho circulado por aqui.
Um abraço.

A Chuva de Maria

A Chuva de Maria

Muadiê Maria

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