28 setembro, 2010


E quando perguntarem qual é o meu nome
Mistério, responderei.


O mistério me espreita - impassível.
(Eu na solidão do que não conheço.)

De repente, eu lembro:
Valdelice colocando o dedo
dentro da galinha
para saber se tinha ovo.

Quando o mistério vem
eu não me furto
Me entrego
e ele me inunda.

Martha






9 comentários:

Gerana Damulakis disse...

Lindo! E perfeito.

caius.marcellus.araujo disse...

o mistério...
sim, essa obscuridade que luz, n'est-ce pas?
bjs

Quezia disse...

Obrigada, Martha, por nos permitir entrar no seu INFINITO PARTICULAR.

"Eis o melhor e o pior de mim
(...)
Não é impossível
Eu não sou difícil de ler
Faça sua parte
(...)
Olha minha cara
É só mistério, não tem segredo"

Que bom que você é daqui e não de Marte (apesar da semelhança fonética...rs).

Adoro suas crônicas poéticas e sua poesia crônica (rs).

Bernardo Guimarães disse...

ah, se todo mistério se desvendasse com um toque de valdelice...

Anônimo disse...

Belo começo, belo fim, impagável meio. Eu já não sei porque me surpreendo. Vou fazer uma campanha para o seu livro, não aguento mais esperar por ele.

Lilia disse...

Lindo! Tudo isso.

aeronauta disse...

Epifânico, completamente.

Lidi disse...

Nossa, Martha, como a leitura de tua poesia me tocou. Fiquei aqui, na frente do computador, lendo e relendo tuas palavras, milhões de vezes. Estou vivendo um momento parecido: me entregando a um mistério, me deixando inundar.

Nilson disse...

Soberbo! Pronto pro livro!!! Posso roubar esse pro Blag???

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