Rosacéu
O motivo para a poesia
é a vida rubra,
rosácea de dengo e lamúria.
Esse roseiral inundado
de corolas dobradas e
pétalas de incontáveis perfumes.
Rosa-menina, rosa-louca,
rosa-de-cão, rosa-dos-ventos.
No Rosário de Ifá procuro meu rumo.
O motivo para a poesia
é a rosa rubra.
Esse brasão que imprime
em incontáveis vermelhos a minha loucura.
Martha
Georgia O'Keeffe
7 comentários:
Uma beleza, Martha. O "roseiral" remeteu para Maria, estamos com ela dentro de nós.
Você é uma poeta pronta, Marta. Que poema!
POsto que a poesia e esta chama rubra que pintas neste magistral poema, resta-nos a nós abrir as narinas para o secreto aroma que este teu poema desprende.Um abraço!!!
Beija-rosa
P
e
q
u
e
n
o (e)leve
Penas velozes
Vôo rápido
Corpo imóvel
(Des)controle
Dês com fio que
Des(d)enha
Interrogações
No ar
Às patas
Minúsculas
É o solo
Insuportável
O olfato
Razão de sua lamúria
Não lhe permite sentir
O perfume da que beija
Bico adaptado
Extrai
O néctar
Beso sem saída
Da visão
Não se queixa
(Es)colhe o rubor
Da rosa
Não (pre)fere
Moscas, aranhas e formigas
Como lhe impõe o destino
No rosário de Ifá
Revolvo os búzios
Mudo fado
Som agudo que ouvido humano não capta
Bebedouro
Do cativeiro
E(s)coa
Garapa
Néctar artificial
Adocica
Adoece-dor
A boca do beijador
O motivo para o poema
É a pena do beija-flor
Balé que imprime minha poesia
Dês em canto do pássaro
Feminino em tudo... até em achar motivos... Muito bonito.
Rosa-Martha...
...a sua rosa rubra emanou calores,
aqui... como sempre tocas coração e espírito...
xaxuaxo
Postar um comentário