10 junho, 2010


Rosacéu

O motivo para a poesia
é a vida rubra,
rosácea de dengo e lamúria.
Esse roseiral inundado
de corolas dobradas e
pétalas de incontáveis perfumes.

Rosa-menina, rosa-louca,
rosa-de-cão, rosa-dos-ventos.
No Rosário de Ifá procuro meu rumo.

O motivo para a poesia
é a rosa rubra.
Esse brasão que imprime
em incontáveis vermelhos a minha loucura.

Martha





















Georgia O'Keeffe

7 comentários:

Gerana Damulakis disse...

Uma beleza, Martha. O "roseiral" remeteu para Maria, estamos com ela dentro de nós.

aeronauta disse...

Você é uma poeta pronta, Marta. Que poema!

Georgio Rios disse...

POsto que a poesia e esta chama rubra que pintas neste magistral poema, resta-nos a nós abrir as narinas para o secreto aroma que este teu poema desprende.Um abraço!!!

Quézia Neves disse...

Beija-rosa

P
e
q
u
e
n
o (e)leve

Penas velozes
Vôo rápido
Corpo imóvel
(Des)controle

Dês com fio que
Des(d)enha
Interrogações
No ar

Às patas
Minúsculas
É o solo
Insuportável

O olfato
Razão de sua lamúria
Não lhe permite sentir
O perfume da que beija

Bico adaptado
Extrai
O néctar
Beso sem saída

Da visão
Não se queixa
(Es)colhe o rubor
Da rosa

Não (pre)fere
Moscas, aranhas e formigas
Como lhe impõe o destino

No rosário de Ifá

Revolvo os búzios
Mudo fado
Som agudo que ouvido humano não capta

Bebedouro
Do cativeiro
E(s)coa
Garapa

Néctar artificial
Adocica
Adoece-dor
A boca do beijador

O motivo para o poema
É a pena do beija-flor
Balé que imprime minha poesia
Dês em canto do pássaro

Giselly Lima disse...

Feminino em tudo... até em achar motivos... Muito bonito.

Anônimo disse...

Rosa-Martha...

KImdaMagna disse...

...a sua rosa rubra emanou calores,
aqui... como sempre tocas coração e espírito...

xaxuaxo

A Chuva de Maria

A Chuva de Maria

Muadiê Maria

Muadiê Maria