12 março, 2009

Motivo

Eu canto porque o instante existe
E a minha vida está completa.
Não sou alegre nem sou triste:
Sou poeta.

Irmão das coisas fugidias,
Não sinto gozo nem tormento.
Atravesso noites e dias
No vento.

Se desmorono ou se edifico,
Se permaneço ou me desfaço,
- Não sei, não sei. Não sei se fico
Ou passo.

Sei que canto. E a canção é tudo.
Tem sangue eterno a asa ritmada.
E um dia sei que estarei mudo:
- Mais nada.

Cecília Meireles

8 comentários:

Unknown disse...

alguém musicou este poema? Gosto demais dele. Beijo Maria

Marcus Gusmão disse...

Musicou Maria. Se eu não me engano, musicou à revelia.E a voz chata dele soa no juízo quando a gente lê o poema, que no silêncio da tela parece mais bonito.

Anônimo disse...

Esse é o meu preferido de Cecília. Recitei-o na escola, ganhei 10. Fagner musicou à revelia sim. Mas a poesia já é uma canção.

Anônimo disse...

eu nem me lembro que musicaram. Ele tem uma musica só minha, sempre que leio.
É dos meus preferidos.

beijos beijos, querida

ps: minha casinha nova num ficou bonitinha?
http://www.bela001.wordpress.com

KImdaMagna disse...

...o sangue eterno na canção,
é o Alento...


xaxuaxo

Unknown disse...

Esquecida de quem musicou. mas... se lembro que existiu música, ouvi o pulha cantar.

Senhorita B. disse...

Martha,
Conheci seu marido! Ele é super legal!
Bjs,
Renata

Adriana Riess Karnal disse...

Cecília é minha poeta preferida,sempre algo sensível...e a canção "medo", dá medo de tão boa,rs.

A Chuva de Maria

A Chuva de Maria

Muadiê Maria

Muadiê Maria