Dedina, levanta, sacode a poeira e dá a volta por cima!
Ontem, na novela A favorita, Dedina morreu de morte matada e eu fiquei incomodada. A personagem sofreu um apedrejamento que a levou à morte. Foi agredida fisicamente em praça pública, com testemunhas assistindo a agressão passivamente, e não procurou a delegacia de mulheres. Foi expulsa de sua casa e abriu mão de todos os seus pertences.
O que mais me intriga é a sua autopunição. Ela era professora, e mesmo tendo profissão e emprego, abandonou o trabalho e foi viver nas ruas, sem nada para comer.
Dedina era tão miserável, que não tinha família nem amigos. Nasceu de chocadeira.
Mas por que, minhas deusas, ela mereceu destino tão cruel?
Porque essa mulher ousou ter muito tesão por Damião, era esse seu conflito: o desejo por um homem que não era seu marido. A última cena não deixou dúvidas, Dedina assumiu toda a culpa que lhe coube e pediu perdão aos valorosos machões por estragar tão bela amizade. Afinal, ela e a sua sensualidade foram as culpadas de tudo. Ao final, a morte para completar o flagelo.
O velho e ferrenho controle de sempre. Donde concluimos que Dedina é uma personagem exemplar, senhoras.
O que me inquieta é que esse mesmo pensamento, que não podemos administrar a nossa própria sexualidade, é o mesmo que explica o assassinato diário de várias mulheres no Brasil. "Se não for minha, não será de mais ninguém", morte para as mulheres, muitas vezes ainda garotas, que querem terminar o relacionamento.
Pois é, Dedina, sai desse modelo, menina!
Arranja um advogado para recuperar suas coisas, volta ao trabalho e dá a volta por cima! (Se quiser indicação, tenho uma amiga advogada que é ótima!)
Martha
O que mais me intriga é a sua autopunição. Ela era professora, e mesmo tendo profissão e emprego, abandonou o trabalho e foi viver nas ruas, sem nada para comer.
Dedina era tão miserável, que não tinha família nem amigos. Nasceu de chocadeira.
Mas por que, minhas deusas, ela mereceu destino tão cruel?
Porque essa mulher ousou ter muito tesão por Damião, era esse seu conflito: o desejo por um homem que não era seu marido. A última cena não deixou dúvidas, Dedina assumiu toda a culpa que lhe coube e pediu perdão aos valorosos machões por estragar tão bela amizade. Afinal, ela e a sua sensualidade foram as culpadas de tudo. Ao final, a morte para completar o flagelo.
O velho e ferrenho controle de sempre. Donde concluimos que Dedina é uma personagem exemplar, senhoras.
O que me inquieta é que esse mesmo pensamento, que não podemos administrar a nossa própria sexualidade, é o mesmo que explica o assassinato diário de várias mulheres no Brasil. "Se não for minha, não será de mais ninguém", morte para as mulheres, muitas vezes ainda garotas, que querem terminar o relacionamento.
Pois é, Dedina, sai desse modelo, menina!
Arranja um advogado para recuperar suas coisas, volta ao trabalho e dá a volta por cima! (Se quiser indicação, tenho uma amiga advogada que é ótima!)
Martha
7 comentários:
Puxa, Marta, você falou sobre algo que estava me incomodando há dias. Essa história de Dedina realmente não dá pra engolir. E você disse o que eu gostaria de dizer. Que Dedina besta, deixar ser enrolada pelo machismo de João Emanuel Carneiro!
você escreveu o que pensei.... Eita mundo machão.
Dedina reeditou Maria madalena!? tenha dó em pleno século XXI.
beijos
rosa
www.rosapena.com
Aplausos para você. Beijos, M.
Adorei esse post! Muito! Parabéns, mulher!
Marthinha,
Que bom ter vc com dom da palavra para falar por nós.
E ainda falam em civilidade, evolução, modernidade e outras coisas mais...
Fátima
É, Martha, e esses autores é que não entendo! Colaboram, legitimam o inaceitável! E essa idéia de punição final é nauseante, arcaica e tão reincidente. Como pode? Ainda lembro de outra novela, uma personagem chamada Dóris que levava uma surra do pai em público, não sei bem mais por quê, mas foi uma cena aplaudidíssima.
Odeio novela!
Martha, belíssima observação! Eu mesma me fiz exatamente as mesmas perguntas...
Vale lembrar que sempre fomos mal interpretadas por assumirmos nossos desejos. Gostei da prosa. bjs
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