25 outubro, 2007

Excesso de lucidez

Sobressalto, vertigem,
solidão.
Se o sentido me escapa,
o juízo retorna
a quantas miligramas?
rivotril, olcadil, frontal, paxan.
A fina teia se rompe diante dos meus olhos:
ansilive, valium, pondera, diazepan.
O mundo inteiro dissolve
no suor frio das minhas mãos:
dormonid, lorax, celibrin, alprazolam.

Martha


Para meu amigo Eduardo Pondé(ra)

22 comentários:

  1. Anônimo9:29 AM

    Suor frio das mãos...
    da espinal medula arrancado,
    dói, dói...
    será esta quimica panaceia,
    a essência do ideal cibérnético, a saber, o pensamento artificial?

    Seus textos concisos e precisos sobre temas pertinentes. A quimificação do cérebro humano,
    vai nos transportar para onde?
    KIm

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  2. Anônimo2:23 PM

    Caraca...um poema químico!

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  3. Anônimo4:07 PM

    Danou-se Marthinha! Poema que se refere à mente, não é preciso ir ao médico!!!,rsrsrs
    Só faltou gardenal, amplictil... água que passarinho não bebe!,rsrsrs
    Calvino nas pingas

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  4. Ah!!Essa angustia irmã, de me ser...
    O melhor, é que bebo insaciável de sua fonte inesgotável e nunca terei overdose, nunca!
    Pobre de mim, que no instante, me calo com um mero dorflex...

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  5. Anônimo7:29 PM

    Amada Amiga,
    O importante é que "o pulso ainda pulsa"!
    A química só diminui , um pouco, o rítmo da viagem...cujo destino não importa , o que importa é a jornada!
    "Viajar é preciso pois viver é impreciso..."
    Beijos amorosos e verdadeiramente empáticos,
    Laura

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  6. Anônimo7:54 PM

    Amei mas tô zonzo.

    Fiota dá sinal de fumaça que esse Jerico não vive sem vc.

    Becitos

    Andre, um Jerico
    www.ideiadejerico.com

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  7. Anônimo11:54 PM

    Uai, meudeusimdocéu! Acode, Thimoty Leary!!! "A terra será herdada pelos dóceis. Os que estão sorrindo, sigam em frente"
    Tânia

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  8. Anônimo12:24 AM

    Querida poetiza em bula,

    a poesia é bacana e bem articulada.

    Tem um grupo de "loucos" que lançou um CD e uma das músicas que faz alusão a vários medicamentos que eles usam e os sintomas colaterais... cada um tenta dar a leveza que pode...
    Marcia

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  9. Uma criatividade muito inteligente...
    O homem se droga com essas substâncias,mas ele msm pode fazer com q ele não dependa dela..
    O homem esta enlouquecendo...
    Intrigante...
    rs

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  10. Poxa querida..
    em relação ao poema e imagem..
    estou completamente afim de fugir para aquele lugar e chorar mto..
    Estou vendo q o homem é mto insensivel..estou tentando mover uma campanha na escola e ajudar os animais de rua..
    e ta todo mundo me achando um boboca por fazer isso..
    ta todo mundo achando impossivel..ou desnecessario...

    poxa peguei cada foto no google q me faz chorar de tristesa..e choro mais ainda quando vejo q o homem pouco liga p isso..

    po..na boa..mto triste mesmo...
    mas eu nao perderei a fé cara..
    nem q eu deixei d comer a faça minha doação..
    mas alguem tem gritar...
    pq se ninguem grita...nada evolui!

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  11. Anônimo7:45 PM

    Adorei a homenagem a Ponde(ra)!rsrsrs....

    Márcia

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  12. Anônimo8:01 PM

    Menina, esse coquetel mata! Valaeu p poema. Meu beijo.

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  13. Anônimo11:43 PM

    Marthinha,

    rimas remédicas
    nessa nunca havia pensado
    mente de marta, mente de marte

    senti uma ponta de dor aqui
    do outro lado da tela
    não há quem nunca tenha tomado um gardenal

    beijos.

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  14. Martha, sugestão para essa farmacopéia mental: vai um fitoterápico, tipo passiflora?

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  15. Eu sei que não é para rir, mas me deixei ser conduzida e dopada pelo seu poema e deixei pra tomar o Rivotril depois... Acho que nem vou precisar!
    Adorei muito, muito.
    Verônica

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  16. Ter um poema desses dedicado para si faz a fama de qualquer um...rs

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  17. Anônimo1:33 PM

    Vc faz versos até com nomes de remédios. Belo poema.
    Vou mandar aos amigos que tomam estas coisas.
    Bjs querida, Laura

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  18. Anônimo1:34 PM

    Ah! melhor ainda agora que vi que não é vc quem toma estes remedinhos- nada contra, tb uso qdo preciso, mas que a dor é grande, é.
    Ufa!

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  19. Não há remédio para o irremediável. Só paliativos ineficazes quando o fim da noite chega. Adorei, colega de Versos de Falópio!

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  20. Lucidez
    Não tem vez
    Ante a altivez
    Com que a desfaço
    Mudo o traço
    Abro os braços
    Para que escapem os sentidos
    Verdade que tenho pouco juízo
    Mas é preciso
    Para expandir a percepção
    Esfacelar a possibilidade de solidão
    Em meio à multidão
    E seus clamores oblíquos
    Vamos dissolver o mundo
    Com todas as miligramas
    Que tiver precisão
    Só deixemos o chão
    E ganhemos o ar
    Para prosear
    Que lá sim
    É o nosso lugar...

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  21. Anônimo3:14 PM

    Fantástico amiga!!!!!
    Eduardo já viu?
    Parabéns!
    Você encanta a todos com a sua sensibilidade.

    Um beijo,

    C.

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  22. ...
    -E a dose efetiva seria aquela que produz terapeutica em ao menos metade da amostragem. Quantos se curam pela palavra?

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