Barô, para os íntimos, morou conosco por muitos anos.
Foi minha irmã e companheira em noites com e sem lua. Sentávamos na soleira da porta, ela e eu, com o céu por cima.
E em silêncio nos entendíamos. Não sei o que ela sentia, mas eu sei que me protegia.
Além de ser mulher,
ser bicho.
Dente e presa
pé e pata
pele e couro
boca e bico
sexo e cio
mão e garra
cabelo e juba
olhar e visão
mama e teta
olfato e faro
grávida e prenhe
rosto e cara
grito e urro
sonho e sono
vigília.
Martha
9 comentários:
A sua expressão na foto não sugere necessidade alguma de proteção. Aliás, vou faltar com o respeito, mas nem reparei direito em Barô...
Martha, de volta da viagem, passei aqui para lhe deixar um carinhoso abraço de Natal. A Barô é bonita, o seu poema, mais ainda, mas a foto do Haroldo... é de tirar o fôlego! Alegria neste final de ano.
tudo bunito aí; haroldo sacou tudo!
Morou... não mora mais. Fugiu, mudou ou foi pro céu dos cachorros. O texto e o poema me dão saudades de quem nem conheci.
Que beleza, Martha.
Felicidades para você e Haroldo.
Belo e vigoroso poema. A foto também!!!
Vigília!!
Felizes dias, Martha! Alegres recomeços!
Eu te entendo, cada palavra e cada silêncio...Lúcia Medeiros
Que bela foto!
Vc parece tão forte ai, comodisse alguém- que olhos lindos.
i tudo até a rifa- havia parado lá- que beleza.
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