22 dezembro, 2009

Ela e eu

Foto: Haroldo


Barô, para os íntimos, morou conosco por muitos anos.
Foi minha irmã e companheira em noites com e sem lua. Sentávamos na soleira da porta, ela e eu, com o céu por cima.
E em silêncio nos entendíamos. Não sei o que ela sentia, mas eu sei que me protegia.

Além de ser mulher,
ser bicho.

Dente e presa
pé e pata
pele e couro
boca e bico
sexo e cio
mão e garra
cabelo e juba
olhar e visão

mama e teta
olfato e faro
grávida e prenhe
rosto e cara
grito e urro
sonho e sono

vigília.

Martha

9 comentários:

Anônimo disse...

A sua expressão na foto não sugere necessidade alguma de proteção. Aliás, vou faltar com o respeito, mas nem reparei direito em Barô...

Janaina Amado disse...

Martha, de volta da viagem, passei aqui para lhe deixar um carinhoso abraço de Natal. A Barô é bonita, o seu poema, mais ainda, mas a foto do Haroldo... é de tirar o fôlego! Alegria neste final de ano.

Bernardo Guimarães disse...

tudo bunito aí; haroldo sacou tudo!

Unknown disse...

Morou... não mora mais. Fugiu, mudou ou foi pro céu dos cachorros. O texto e o poema me dão saudades de quem nem conheci.

Gerana Damulakis disse...

Que beleza, Martha.
Felicidades para você e Haroldo.

Nilson disse...

Belo e vigoroso poema. A foto também!!!

Raiça Bomfim disse...

Vigília!!

Felizes dias, Martha! Alegres recomeços!

Anônimo disse...

Eu te entendo, cada palavra e cada silêncio...Lúcia Medeiros

Laura_Diz disse...

Que bela foto!
Vc parece tão forte ai, comodisse alguém- que olhos lindos.
i tudo até a rifa- havia parado lá- que beleza.

A Chuva de Maria

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Muadiê Maria

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