31 dezembro, 2006

queria ser só
o que de vento se veste:
poeira, grão, semente , algodão.

queria ser só
o que flutua:
pena, flauta, balão.

no dia ser borboleta
na noite ser mariposa,
só delicadeza eu seria:
vaga-lume, orvalho, seixo, lágrima, canção.

mas também sou tudo
que padece:
pedra, amargura, solidão.

mas também sou tudo
que afunda:
pedra, cadáver, escuridão.


Martha Galrão

12 comentários:

Laura_Diz disse...

E e queria ter escrito iste poema tão lindo. Que lindoooooooooooooooooo!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

adorei, vou enviar pros amigos,digo que é seu, viu?
Bjs Laura
Feliz 2007!!!

Leonor disse...

Que poema tão bonito! Um óptimo 2007 para você! Bjs

O Sibarita disse...

Oi conterrânea! Belo poema! Você é danadinha mesmo!

Desejo-lhe e a sua família um ano novo repleto de felicidade, bondade, harmonia, compreenção e perdão!

Obrigado pelas palavras no nosso blogue, volte sempre...

abraços,
O Sibarita

Anônimo disse...

Lindíssimo poema!
Que 2007 seja abençoado!
Beijo

RAINHA MAB disse...

Martinha,vc é mesmo uma craque com as palavras! Lindo isso!
Que coisa! Terei que viver por quatro ou cinco encarnações prá chegar a escrever coisa como essa!

Um grande ano prá nós todos! Que a gente possa ter de volta algum dia pessoas que já nos foram caras e que infelizmente tomaram rumos tão estranhos que hoje não as conhecemos! Um grande beijo e um grande ano!

Raiça Bomfim disse...

Esses também conheci através de Táis e me encantei! Lindo, lindo!

Quarenta disse...

Olá Martha
Se quiseres, posso publicar no meu "blog" o poema inteiro do Herberto.
Quanto ao poema que acabo de ler... gostei.
Bjs. e um bom ano de 2007

Sílvia Câmara disse...

Pois é, Martha, Martinha da Bahia, de Guaibim, Maria Muadié, Mãe de Bia, Namoradeterna de Haroldo. O bom da vida é tudo ser. Do alfa ao ômega.
Vôo e mergulho.
Ave, Martha!!! Poesia linda!
beijo grande

Clóvis Campêlo disse...

Existem momentos que nos permitem a redundância: esse poema é fuderoso, dos teus poemas que já vi é o que gosto mais.
Abraços
Clóvis Campêlo do Recife

Anônimo disse...

Eu queria ter a veia poética que me permitisse escrever versos assim.
Como não tenho, prefiro ser vaga-lume e ficar longe das pedras.

Fred Neumann disse...

Queria ser baiano nos meus momentos escuros
Queria ter muitos amigos que acabem um ano poeticamente
E comecem o outro eticamente
Assim como você, Martha!

Beijolate,

Fred

Anônimo disse...

Mas que de certo é.
Tudo! Tão clara e tão escura; tão só e jamais abandonada, porque sentimentos fortes são mil braços que vejo.
Lindo, lindo Martha.
Abraços de balão
Verônica

A Chuva de Maria

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Muadiê Maria

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