25 novembro, 2006

Dez chamamentos ao amigo

Se te pareço noturna e imperfeita
Olha-me de novo. Porque esta noite
Olhei-me a mim, como se tu me olhasses.
E era como se a água
Desejasse

Escapar de sua casa que é o rio
E deslizando apenas, nem tocar a margem.

Te olhei. E há tanto tempo
Entendo que sou terra. Há tanto tempo
Espero
Que o teu corpo de água mais fraterno
Se estenda sobre o meu. Pastor e nauta

Olha-me de novo. Com menos altivez.
E mais atento.


Hilda Hilst

Um comentário:

Anônimo disse...

Martha querida,

Lindos demais esses versos de Hilda Hilst, grande escolha, parabéns!
Grande abraco,

Conceicao.
http://mariaescrevinhadora.blog.terra.com.br

A Chuva de Maria

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Muadiê Maria

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