16 outubro, 2006

O homem de gelo

O que não combinava era o homem de gelo parecer um mouro, não na beleza, mas na cor.
O homem de gelo sentou-se em frente a mim e me olhou. Com seus olhos frios de gelo.
Nada disse.
Por força da tentativa aproximei minha alma dele. Doeu.
Você já tentou aproximar sua alma de um homem de gelo? Não tente.
Queima. Não como fogo, mas como gelo.
Em frente ao homem de gelo as palavras perderam força. E eu que sou mulher de palavras me desfiz.
Marulhosa, eu marejei.
Fiz silêncio.
Desci pelas escadas, vertiginosa, espiral, com a mão na parede para não cair.

Martha

6 comentários:

Anônimo disse...

B E L Í S S I M O!
que estilo, poeta!
personalíssimo!
desconcertante,
Parabéns,
Cláudia

Anônimo disse...

Martha, seu texto é tão real, que senti na pele, a força dolorosa de um homem de gelo.
Parabéns!
Abraço imenso
Verônica

Anônimo disse...

Martha,

Senti o queimar aqui… Pena que existem almas assim… Mas, ainda bem que existem almas como a tua, que conseguem captar estes momentos e transformá-los em coisas tão lindas como um poema!

Beijos!

Aline

Anônimo disse...

Muito bonito o seu Homem de Gelo, Martha.
Concordo plenamente com Cláudia.

Conceicao.

Raiça Bomfim disse...

Lindo saborear as sensações que a gente conhece mesmo sem conhecer; que a gente reconhece na poesia...

Lindo!

Anônimo disse...

Martinha,minha linda e querida amiga,
Fiquei encantada e emocionada com seu blog,porque ele é a sua cara Essa mistura de vulcão com maré vazante no luar de agosto.Te amo, um beijo
Ana

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