09 setembro, 2006

Sem-teto resistem a sair de imóvel

Haroldo Abrantes . Jornal ATARDE, 20/07/06

Domus

Com seus olhos estáticos na cumeeira

a casa olha o homem.

A intervalos

lhe estremecem os ouvidos,

de paredes sensíveis,

discernentes:

agora é amor,

agora é injúria,

punhos contra a parede,

pânico.

Comove Deus

a casa que o homem faz para morar,

Deus

que também tem os olhos

na cumeeira do mundo.

Pede piedade a casa por seu dono

e suas fantasias de felicidade.

Sofre a que parece impassível.

É viva a casa e fala.

Adélia Prado

Nenhum comentário:

A Chuva de Maria

A Chuva de Maria

Muadiê Maria

Muadiê Maria